E, estando Paulo no meio do Areópago, disse: Homens atenienses, em tudo vos vejo um tanto supersticiosos; Porque, passando eu e vendo os vossos santuários, achei também um altar em que estava escrito: AO DEUS DESCONHECIDO. Esse, pois, que vós honrais, não o conhecendo, é o que eu vos anuncio. Atos 17:22-23
Epimênides nasceu em Cnossos, na ilha de Creta, em
meados dos anos 600 a.C.
Diz-se que esteve em
Atenas no tempo de Sólon (Atenas, 638 a.C. – 558 a.C.) foi
um legislador, jurista e poeta,
onde os achados históricos lhe atribui ter limpado a cidade de uma praga que a
assolava. Epimênides foi, portanto, um herói cretense que atendeu ao
pedido de Atenas feito por Nícias para que aconselhasse a cidade sobre como se
livrar de uma praga.
Epimênides ofereceu
sacrifícios baseado em três suposições.
Assim ele afirmou:
A) Minha primeira suposição é
que existe ainda outro deus interessado na questão desta praga – um deus cujo
nome não conhecemos e que não está, portanto, sendo representado por qualquer
ídolo em sua cidade;
B) Segundo, vou supor também
que esse deus é bastante poderoso e suficientemente bondoso para fazer alguma
coisa a respeito da praga, se apenas pedirmos a sua ajuda;
C) A terceira suposição é
muito simples. Qualquer deus suficientemente grande e bondoso para fazer algo a
respeito da praga é também poderoso e misericordioso para nos favorecer em
nossa ignorância – se a reconhecermos e o invocarmos. Assim, ao chegar a
Atenas, Epimênides conseguiu um rebanho de ovelhas pretas e brancas e soltou-as
na Colina de Marte, dando instruções para que alguns homens seguissem as
ovelhas e marcassem o lugar onde qualquer uma delas se deitasse.
O propósito dele era dar a
qualquer deus eventualmente ligado à questão da praga, uma oportunidade de
revelar sua disposição em ajudar. Epimenidesprovavelmente conduziu essa
experiencia de manhã bem cedo, quando as ovelhas estavam famintas, o que
tornaria logicamente impossível alguma se deitar diante de um campo verdinho
para comer. No entanto, algumas das ovelhas deitaram e os atenienses as
ofereceram em sacrifício sobre os altares sem nome, construídos especialmente
com esse propósito. A praga foi assim removida da cidade.
A Bíblia afirma em Atos 17:16 que enquanto Paulo os
esperava em Atenas, o seu espírito se revoltava em face da idolatria dominante
na cidade. Quando Paulo viu em Atenas o privilégio da adoração ser reduzido ao
culto de meros ídolos de madeira e pedra, o horror tomou conta dele. Paulo, no
entanto, havia “passado e observado” (Atos 17:23) e descobriu algo “no” sistema
que não fazia parte “do” sistema – um altar que não estava associado a qualquer
ídolo! Um altar com uma curiosa inscrição: “Ao deus desconhecido”. Paulo
percebeu uma brecha na comunicação que provavelmente abriria as mentes e os
corações daqueles filósofos estóicos e epicureus. Paulo, então, pronunciou:
“Pois esse que adorais sem conhecer é precisamente aquele que eu vos anuncio”
(Atos 17:22-23). A idolatria, por sua própria natureza, carrega em si um “fator
inflacionário embutido”. Uma vez que os homens rejeitem o Deus único,
onisciente, onipotente e onipresente, preferindo divindades menores, eles
finalmente descobrem – para sua frustração – que um número infindável de
divindades inferiores é necessário para preencher o espaço deixado pelo Deus
verdadeiro!
Paulo
compreendia o pano-de-fundo histórico do altar ao “deus desconhecido” de
Epimênides. Isso fica claro porque Epimênides, além de ter habilidade para
lançar luz sobre problemas obscuros das relações entre o homem e Deus, era
também um poeta e Paulo citou a poesia de Epimênides!
Essa poesia está registrada em Tito 1:12-13, quando
Paulo, ao deixar Tito para fortalecer as igrejas na ilha de Creta, escreveu: “Foi
mesmo dentre eles, um seu profeta que disse: Cretenses, sempre mentirosos,
feras terríveis, ventres preguiçosos. Tal testemunho é exato. Portanto,
repreende-os severamente para que sejam sadios na fé”.
As palavras citadas por Paulo são de um poema atribuído
a Epimênides. Paulo chamou Epimênides de “profeta”. O termo grego é propheetees,
o mesmo usado geralmente pelo apóstolo para os profetas tanto do Antigo como do
Novo Testamento. Paulo não teria honrado Epimênides com o título de profeta se
não conhecesse o caráter e as obras do mesmo.
Fonte: Livro O fator
Melquisedeque – Editora Vida Nova.
Auto: Missionário Don Richardson
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